quinta-feira, 28 de junho de 2012

A Saúde favorecida pela Prática Regular de Exercícios!

A literatura tem apontado exaustivamente, que a atividade física aumenta os sentimentos de bem-estar, reduz a ansiedade e a tensão e promove o aumento do vigor físico. Os benefícios do exercício sobre o bem-estar físico são compostos de mudanças também em relação a doenças como: osteoporose, hipertensão, doença cardíaca e câncer. A prática regular de exercícios contribui com a saúde, na manutenção de um estilo de vida independente, no aumento da capacidade funcional e na melhoria da qualidade de vida.
Todo esse conhecimento produzido e divulgado nos meios de comunicação e em revistas científicas especializadas não tem sido suficiente para mudar o comportamento de pessoas que ainda mantém um estilo de vida sedentário ou insuficientemente ativo. Por isso a necessidade em realizar mais pesquisas que contribuam não só para o esclarecimento do assunto, mas também no sentido de criar estratégias eficazes para adesão e manutenção da aquisição do hábito saudável de praticar exercício.
Estudos apontam relação inversa entre os níveis de atividade física e a incidência de doenças como: hipertensão, obesidade, diabetes, doença arterial coronariana e depressão (NAHAS, 2006).
Para o mesmo autor, os fatores de risco modificáveis para doença arterial coronariana, são: níveis elevados de colesterol; hipertensão arterial; fumo; inatividade física; obesidade; diabetes; características de personalidade (reação ao stress e comportamento muito competitivo e agressivo).
MARKLAND e INGLEDEW (2007) argumentaram que diferentes motivos de participação são mais ou menos conducentes para motivação controlada ou autônoma, com consequências diferentes para influenciar o comportamento. Para eles, motivos como a aparência e controle de peso tenderão a ser experimentado como controle (“Eu devo me exercitar para perder peso”) e estes contribuem pouco para a participação em longo prazo. Motivos como desafio pessoal e afiliação social tenderão a ser experimentado como autônomo (“Eu quero me exercitar para estar com amigos”) e estes contribuem positivamente para uma participação em longo prazo.
Algumas razões podem levar os indivíduos a exercitarem-se, como por exemplo: controle de peso, risco reduzido de doenças cardiovasculares, redução no stress e na depressão, construção da auto-estima e socialização. Não importa o motivo que o conduza à prática regular de exercícios, mesmo que na fase inicial ainda haja uma pressão externa para a mesma, o essencial é que cada um consiga superar a inércia e além de começar, dar continuidade de forma eficaz e saudável ao seu programa.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Descobertas referentes aos Padrões Cognitivos no Esporte!

Os padrões de pensamento e sua influência na performance do atleta já tem sido estudados há muito tempo na área esportiva. Cada vez mais é considerado importante na preparação psicológica também, o levantamento de pensamentos, sentimentos e atitudes que o atleta tem em relação a si mesmo e ao ambiente esportivo. Num post anterior comentei a respeito do modelo cognitivo, que é uma abordagem da psicologia, que tem como princípio que os nossos sentimentos e comportamentos são determinados pelos pensamentos e não pelas situações que nos ocorrem. A integração do pensar, sentir, agir e interagir é evidente e se faz presente na experiência humana.
Um estudo publicado no Journal of Cognitive Therapy and Reseach, investigou treze ginastas masculinos durante os ensaios finais para a equipe olímpica norte americana. O objetivo era tentar encontrar correlações entre os fatores psicológicos e as estratégias cognitivas para o desempenho atlético elevado. Os resultados sugeriram que padrões variáveis de cognição podem ser fortemente correlacionados com o sucesso e o desempenho máximo na ginástica. Alguns fatores definiram os melhores ginastas do grupo, dentre eles: freqüência de sonho, auto-verbalizações, os padrões de ansiedade, métodos diferentes de lidar com o stress competitivo e certas formas de imagens mentais.
Outra pesquisa semelhante publicada no Journal of Applied of Sport Psychology, examinou as características psicológicas e o seu desenvolvimento nos campeões olímpicos. Dez campeões olímpicos dos Estados Unidos da América foram entrevistados, um dos seus treinadores e um dos pais, tutor ou outra pessoa importante também foram. Os desportistas também passaram por uma série de testes psicológicos. Nos resultados, os psicólogos caracterizaram todos os atletas por:
- A capacidade de lidar e controlar a ansiedade;
- Confiança;
- Tenacidade mental/resiliência;
- Inteligência esportiva;
- A capacidade de focar e bloquear as distrações;
- Competitividade;
- A ética de trabalho duro;
- A capacidade de definir e atingir metas;
- Altos níveis de esperança disposicional;
- Otimismo;
- Perfeccionismo adaptativo.
Por isso, o primeiro passo para qualquer mudança em si mesmo(atleta) e nas suas relações, é a busca do autoconhecimento, se dispor a ter ciência dos seus processos de pensamentos, sentimentos e atitudes. O próximo passo é aplicar rotinas preparatórias com estratégias e recursos cognitivos e emocionais diversos na sua vivência esportiva, nos treinamentos e nas competições, para deste modo, experienciar boas e novas maneiras de pensar, sentir, agir e interagir.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Explicações psicológicas para a Obesidade!

A obesidade pode ser definida como uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal que acarreta para as pessoas uma diminuição na qualidade de vida, menor autonomia, diminuição da vitalidade e da capacidade funcional para as tarefas cotidianas. Além disso, os obesos tornam-se estigmatizados na medida em que não se enquadram nos padrões hegemônicos de beleza da sociedade moderna, se sentem rejeitados devido às fortes pressões desta para as pessoas serem magras. O isolamento social e afetivo cresce, juntamente com a angústia, a depressão, a baixa auto-estima e a sensação de abandono.
Nas fases de desenvolvimento de Freud, denominadas de psicossexuais, ele apontava onde poderia estar inserida a origem dos problemas psicológicos relacionados ao obeso ou pessoas com excesso de peso, como por exemplo, na fase oral, correspondente ao 1o. ano de vida, na qual a criança busca satisfazer sua necessidade sexual pela boca, possuindo prazer através da sucção. Caso essa necessidade não fosse atendida, segundo ele, a criança desenvolveria a chamada fixação nas atividades orais, tornando-se gulosa.
No ciclo de desenvolvimento humano de Pamela Levin, nos primeiros meses de vida, correspondentes ao estágio 1, no qual o indivíduo desenvolve o “poder de ser”, tem como características a necessidade de contato físico, íntimo e agradável e que tem como uma das tarefas, experimentar a sensibilidade da boca, denotando a importância da amamentação e da relação mãe-bebê.
A alimentação, desde os primeiros meses de vida, tem uma conotação afetiva forte e uma ligação com a figura materna, se a mãe utilizou a comida para aliviar os sintomas de desconforto do bebê, é provável, que na vida adulta ele volte a utilizar desse recurso como um “elixir” para as suas angústias e preocupações, fazendo algumas vezes do alimento, sua única fonte de prazer. As relações estabelecidas com essa mãe, tendo sido ela negligente ou superprotetora, e o modo como ela mesma lida com a nutrição, pode ser análoga à relação que o indivíduo vai constituir com o alimento.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A Conexão da Auto-estima com o Esporte!

A capacidade mental de cada atleta é que vai poder lhe proporcionar a realização de suas metas de modo efetivo. À medida que se concretiza o trabalho para aumentar esta capacidade mental, conseqüentemente, são reforçados fatores psicológicos que exercem influência significativa em importantes características pessoais, como auto-estima e valores morais.
Em estudo realizado com especialistas em Psicologia do Esporte (GOULD, TAMMEN, MURPHY & MAY *, 1989, citado por GOULD & DAMARJIAN, 2000), sobre os tópicos mais utilizados por eles em consultórios, relacionados ao desempenho e os não relacionados ao desempenho, tanto em consultas individuais como em grupo, ficou com o tópico auto-estima a maior nota, referindo-se aos não relacionados ao desempenho. Portanto, para eles a auto-estima tem sua importância, porém não é relacionada diretamente ao desempenho.
   Juntamente com o lar e os meios ambientes próximos, o mundo do esporte competitivo pode ser uma importante incubadora para produzir atletas inseguros que desenvolvem uma necessidade em defender a auto-estima deles, conforme STEVE BERGLAS*, Psicólogo da Escola Médica de Harvard. (citado por CLARKSON, 1999). Quando o indivíduo tem um foco específico de competição vindo de uma infância prematura, ele está incrivelmente dependente daquela competição, isto pode vir a ser tudo e o fim de tudo na auto-estima de um homem.
       A auto-estima, assim como os outros aspectos psicológicos terá sua particularidade em cada desportista. É possível observar que a pressão existente no ambiente esportivo vai ter como reflexo em cada participante uma variação de auto-estima positiva e negativa ou até mesmo sua ausência. Mesmo que o atleta apresente auto-estima negativa, se ela tiver utilidade para sua produtividade ele a manterá. Da mesma forma, essa pressão poderá servir como um estímulo para o reforço de uma auto-estima positiva.
Numa situação competitiva a exposição de um atleta é evidente, e se ele apresenta uma baixa auto-estima estará muito vulnerável ao julgamento dos outros, incluindo-se entre eles torcida, técnico, companheiros de equipe e imprensa. Muitas vezes o atleta opta em função disto, não perder, ou seja, não se arrisca muito para não ser inadequado, ao invés de investir para vencer e ser o melhor, até mesmo porque não acredita em seu talento e capacidade.
Teóricos consideram que geralmente a auto-estima é influenciada e formulada por “feedback” vindo do meio ambiente, e o aumento da auto-estima é normalmente considerado como um processo que requer assimilação de “feedback” positivo, sucesso ou senso de competência elevado.  


* Fonte não fornecida pelo autor.
* Fonte não fornecida pelo autor.
*A. Kohn, No contest: the case against competition. New York: Houghton Mifflin, 1986, 1992.