Dados inéditos do Ministério da Saúde revelaram que, pela primeira vez, o
percentual de pessoas com excesso de peso supera mais da metade da população
brasileira. A pesquisa Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção
para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostra que 51% da população
(acima de 18 anos) está acima do peso ideal. Em 2006, o índice era de 43%. Entre
os homens, o excesso de peso atinge 54% e entre as mulheres, 48%. O estudo
também revelou que a obesidade cresceu no país, atingindo o percentual de 17%
da população. Em 2006, quando os dados começaram a ser coletados pelo
Ministério, o índice era de 11%. Foram entrevistados 45,4 mil pessoas em todas
as capitais e no Distrito Federal, entre julho de 2012 a fevereiro de 2013.
Apesar de a obesidade estar relacionada a fatores genéticos, existe uma
influência significativa do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados
no aumento dos índices brasileiros: somente 22,7% da população ingerem a porção
diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco ou mais
porções ao dia; há consumo excessivo de gordura saturada: 31,5% da população
não dispensam a carne gordurosa e mais da metade (53,8%) consome leite integral
regularmente; os refrigerantes também têm consumidores fieis - 26% dos
brasileiros tomam esse tipo de bebida ao menos cinco vezes por semana.
Se na faixa etária entre 18 e 24 anos, 28% da população está acima do
peso ideal, a proporção quase dobra na faixa etária dos 35 anos aos 44 anos,
atingindo 55%. O percentual de obesidade acompanha este crescimento e
mais que dobra se comparados os dois períodos: 7% para 19%, respectivamente.
Com o passar dos anos, os brasileiros também tendem a diminuir a prática da
atividade física: 47% dos jovens com idade entre 18 a 24 anos se exercitam
regularmente. E entre 35 a 44 anos, o índice cai para 31%.
A pesquisa revela também que 45% da população com mais de 12 anos de
estudo praticam algum tipo de atividade física (no horário livre de lazer). O
percentual diminui para menos de um quarto da população (21%) para quem estudou
até oito anos. Os homens (41%) são mais ativos que as mulheres (26%). A
frequência de exercícios físicos no horário de lazer entre mulheres com mais de
12 anos de estudo (37%) é o único indicador da população feminina que figura
acima da média nacional (33%).
As pesquisas no Brasil já
conseguem determinar a prevalência de sobrepeso e obesidade em diversas
regiões, corroborando a existência de uma epidemia de sobrepeso/obesidade que
tem contribuído para o adoecimento do indivíduo, assim como, para a diminuição
da autonomia e capacidade funcional para realizar suas atividades pessoais e
profissionais.
A elevação significativa de indivíduos com sobrepeso e obesidade nas
diversas regiões estudadas ocorre devido a inúmeros fatores, principalmente,
devido à urbanização e seu impacto sobre os padrões de atividade física e
características da alimentação. A urbanização induziu uma mudança nos padrões
de vida e comportamento alimentar das populações.
O que fazer diante destes resultados? De que forma os profissionais das
áreas da saúde e humanas podem contribuir para a mudança destes números? Pelo
que é possível observar, as informações que já estão a tempo sendo divulgadas
pelos meios de comunicação e pela comunidade científica, sobre a importância do
estilo de vida para uma boa qualidade de vida e saúde, não estão sendo
suficientes para provocarem as atitudes necessárias, por exemplo, de incluir
exercícios físicos e alimentação saudável na rotina diária da população.
Diversas opções de modalidades de exercícios nós temos, acesso à alimentação
mais benéfica também possuímos, seria a falta de tempo o nosso maior inimigo?
Ou nos falta melhor organização e planejamento na utilização do nosso tempo?
Boas questões para refletirmos e ajudar-nos a repensar sobre o que é melhor
para nossa saúde, e além disso, buscar colocar em prática hábitos de vida mais
saudáveis!
Fonte: Portal da
Saúde/Ministério da Saúde (www.portalsaude.gov.br)