quarta-feira, 23 de abril de 2014

O Sono e o Exercício Físico!

O percentual, de problemas relacionado ao sono, na população adulta, no mundo, vem aumentando consideravelmente. As conseqüências deste, refletem numa pior qualidade de vida, aumento do risco de acidentes e menor produtividade no trabalho. A eficácia do exercício físico sobre o sono já foi aceita pela Associação Americana de Distúrbios do Sono, como intervenção não medicamentosa para sua melhoria, no entanto, poucos profissionais da saúde prescrevem e indicam o exercício com esse intuito.
Segundo O’Connor e Youngstedt (1995), o sono de pessoas ativas é melhor que o de pessoas inativas, com a hipótese de que um sono melhorado proporciona menos cansaço durante o dia seguinte e mais disposição para a prática de atividade física. Vuori, Urponen, Hasan e Partinen (1988) afirmam que o exercício físico melhora o sono da população em geral, principalmente de indivíduos sedentários.
O padrão do sono de ondas lentas (SOL) ou sono profundo  pode sofrer alterações de acordo com a intensidade e duração do exercício e temperatura corporal (Horne & More, 1985). Para Montgomery, Trinder e Paxton (1982), ocorre um aumento deste episódio de sono, nos experimentos realizados por estes autores, nos quais utilizaram variações do tipo de exercício físico, no que diz respeito à intensidade, duração e horário de prática. Desta forma, acredita-se que este padrão de sono, em especial, o estágio 4, é muito importante para a reparação fisiológica e de energia. A alteração positiva neste estágio, se dá pelo aumento do gasto energético causado pelo exercício durante a vigília, levando a um sono mais profundo e restaurador fisicamente.
O exercício físico sistemático e bem dosado promove uma melhora na qualidade do sono. O individuo que o inclui na sua rotina diária usufrui os benefícios obtidos desta prática, como uma boa qualidade de vida e bem-estar físico e psicológico. 

Fonte:
Buckworth J, Dishman RK. Exercise psychology. Champaign: Human Kinetics, 
2002.
American Sleep Disorders Association. The international classification of sleep
disorders (diagnostic and coding manual). Kansas: DCSC, 1991.
Driver HS, Taylor S. Exercise and sleep. Sleep Med Rev 2000;4:387-402.
O’Connor PJ, Youngstedt SD. Influence of exercise on human sleep. Exerc Sport
Sci Rev 1995;23:105-34.
Vuori I, Urponen H, Hasan J, Partinen M. Epidemiology of exercise effects on
sleep. Acta Physiol Scand 1988;574:3-7.
Horne JA, Moore VJ. Sleep EEG effects of exercise with and without additional
body cooling. Eletroencephalogr Clin Neurophysiol 1985;60:33-8.
Montgomery I, Trinder J, Paxton SJ. Energy expenditure and total sleep time:
effect of physical exercise. Sleep 1982;5:159-68.
Baekeland F, Lasky R. Exercise and sleep patterns in college athletes. Percept
Mot Skills 1966;23:1203-7.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Para Que Realizar o Treinamento Psicológico?

“A preparação psicológica de uma equipe esportiva é parte do processo e deve ser incluída no planejamento, assim como se incluem treinos de arremessos, chutes ou toques. Não deve ser considerada como algo a ser utilizado apenas emergencialmente” (BIZZOCCHI, 2006, p. 108).
Essa importante afirmativa aponta para a necessidade de se considerar o treinamento psicológico como algo essencial para a manutenção do atleta em um nível adequado de excelência esportiva, principalmente pelo fato de que, estando em alto nível, as pressões serão constantes e a necessidade de se obter bons resultados (de preferência a vitória) será sempre encarada como o principal objetivo do atleta ou da equipe.
Segundo NITSCH[1](1985, citado por BECKER JÚNIOR & SAMULSKI 1998), o treinamento psicológico tem como meta a modificação dos processos e estados psíquicos. Esse treinamento deve ser baseado em princípios como a característica voluntária (o atleta deve reconhecer a necessidade de se submeter a ele), a informação dos objetivos, métodos e possíveis efeitos de sua aplicação, e utilização de métodos cientificamente comprovados. O treinamento psicológico deve contribuir para o desenvolvimento da personalidade, bem-estar, saúde, autodeterminação e responsabilidade social do atleta.
O treinamento psicológico que pode acontecer a partir de diversas formas de intervenção e métodos, aborda os diferentes aspectos psicológicos envolvidos em um processo competitivo, como: ansiedade, stress, medo, coesão grupal, liderança, definição de objetivos, motivação, metas de realização, personalidade, estados de humor, entre outros.



 2NITSCH, J.R. Psychoregulatives training im leistungssport. In GABLER, H. et al. (eds), Psychologie, Diagnostik und Beratungim Leistungssport. Frankfurt: Deutscher Aportbund, 145-174, 1985.