Um
novo estudo publicado no jornal científico “Biological Psychiatry: Cognitive
Neuroscience” aponta que as pessoas que tem o transtorno explosivo intermitente
(TEI), conhecido também como Síndrome de Hulk, tem menos massa cinzenta nas
regiões frontolímbicas, responsáveis por regular emoções no sistema nervoso
central. Na verdade, quem é “pavio curto” tem o “cérebro emocional” menor.
Este transtorno é caracterizado por
episódios de fúria impulsivos e recorrentes, que às vezes envolvem agressões, e
não diz respeito simplesmente a um problema de personalidade, mas uma
consequência de um distúrbio físico do cérebro, concluíram cientistas da
Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. Algumas características marcantes são:
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Reações desproporcionais a situações que causam raiva e assim a pessoa adota
comportamentos agressivos;
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A agressividade não é premeditada, os ataques de fúria são consequência do fato
de a pessoa não conseguir conter os próprios impulsos agressivos;
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A explosão de raiva decorre da sensação de se sentir diminuído ou desrespeitado
por alguém;
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A pessoa geralmente tem dificuldade para avaliar as consequências dos seus atos
para si e para os outros;
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Ocorrem ataques de fúria e de agressividade: ameaçar, berrar, xingar, fazer
gestos obscenos, atirar objetos contra a parede e/ou nas pessoas, partir para a
briga física, envolvendo-se em brigas no trabalho, em bares;
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Após o ataque de fúria, a pessoa sente-se responsável pelo que fez, demonstra
arrependimento, vergonha, culpa e tristeza, no entanto, após dois ou três dias,
o mal-estar passa e podem ocorrer novamente.
Os critérios de diagnóstico
compreendem: ocorrência de pelo menos três episódios significativos de raiva
por semana, no período de três meses ou três grandes ataques de fúria durante
um ano; e a pessoa não pode ser dependente de drogas ou álcool, nem ter sofrido
algum tipo de traumatismo craniano que possa ter afetado a cognição.
O indivíduo identificando-se com
esta síndrome, necessita saber que tem comprometido o seu autocontrole mental e
emocional, bastante significativo no enfrentamento de situações do nosso
cotidiano. É fundamental que busque tratamento, não somente medicamentoso, mas
também de mudança de comportamento, porque um dano físico (se realmente
comprovado) associado a um condicionamento no modo de agir, potencializa e
muito o quadro clínico.