quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
terça-feira, 28 de novembro de 2017
Crianças com maior Aptidão Física possuem um melhor Desempenho Acadêmico!
Pesquisadores da Universidade de Granada, provaram
pela primeira vez na história, que a aptidão física em crianças pode afetar sua
estrutura cerebral, o que por sua vez, pode ter influência no seu desempenho
acadêmico. Mais especificamente, os pesquisadores confirmaram que a aptidão
física em crianças (especialmente, a capacidade aeróbica e a habilidade motora)
está associada a um volume maior de matéria cinzenta em várias regiões
cerebrais corticais e subcorticais. Em particular, a capacidade
aeróbica tem sido associada em maior volume de matéria cinza em regiões
frontais (córtex pré-motor e córtex motor suplementar), regiões subcorticais
(hipocampo e núcleo caudado), regiões temporais (giro temporal inferior e giro
parahipocampal) e córtex de calcarina. Todas essas regiões são importantes para
a função executiva, bem como para processos de aprendizado, motor e visual.
Este estudo foi publicado no Neuroimage Journal e faz parte do projeto ActiveBrains que é um ensaio clínico randomizado que envolve mais
de cem crianças com sobrepeso/obesidade liderado por Francisco Ortega. Este
projeto está sendo realizado principalmente no Instituto de Esporte e Saúde da
Universidade de Granada e do Centro de Pesquisa sobre Mente, Cérebro e
Comportamento. Segundo Ortega, o trabalho tem como objetivo responder às
seguintes perguntas: Como o cérebro de crianças com melhor aptidão física é
diferente do de crianças com pior condição física e se isso afeta o seu
desempenho acadêmico. A resposta é curta e contundente: sim, a aptidão física
em crianças está ligada de forma direta a importantes diferenças estruturais do
cérebro, e essas diferenças, refletem no desempenho acadêmico delas. Além
disso, a pesquisa associa a capacidade motora com um maior volume de matéria
cinza com duas regiões essenciais para processamento e leitura de idioma: o
giro frontal inferior e o giro temporal superior.
De acordo com Irene Esteban-Cornejo,
pesquisadora Pós doutora da Universidade de Granada, e principal autora deste
artigo, a aptidão física é um fator que pode ser modificado através do
exercício físico e a combinação de exercícios que melhora a capacidade aeróbica
e a habilidade motora seria efetiva para estimular o desenvolvimento do cérebro
e o desempenho acadêmico em crianças obesas ou com excesso de peso.
Estes achados são de grande importância
e servem de alerta às Instituições de Ensino e de Sáude Pública. E também confirmam
outras pesquisas que já apontaram o aumento do desempenho acadêmico, como um
dos benefícios psicológicos obtidos com a prática de exercícios. O estímulo às
práticas esportivas e/ou de exercícios físicos, deveria começar em casa, e se
estender ao ambiente da Escola que tem uma responsabilidade grande neste
sentido, pois agrega um número significativo de crianças durante muitos anos, e
esse tempo deve ser bem aproveitado, não somente com o estudo formal.
Mesmo as atividades físicas moderadas já
apresentam efeitos positivos sobre a saúde, indivíduos de baixa aptidão física,
como obesos/sobrepesos com esforços de 40% da capacidade máxima individual já é
suficiente para modificar aptidão muscular e cardiorrespiratória. A busca da
promoção da saúde, melhor qualidade de vida e bem-estar físico e psicológico
são motivos suficientes, para implementação da combinação de exercícios
aeróbicos e anaeróbios, como prática de um estilo de vida saudável e ativo. A
regularidade é mais importante que a intensidade. Algumas pesquisas têm
associado uma melhora de aspectos relacionados à saúde mental, psicológicos e
sociais, em praticantes de atividade física, como: autoestima, autoconceito,
autoimagem, ansiedade, depressão, insônia, socialização, atenção, memória,
aprendizagem; e menor risco de demência.
Ref.: https://www.sciencedaily.com/releases/2017/11/171122093024.htm
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
Benefícios Pessoais no acesso ao Esporte Juvenil!
Côté (2016) levanta a seguinte questão: Quais os elementos comuns nos
programas do esporte juvenil que promovem desempenho, participação continuada e
desenvolvimento pessoal?
O
processo dinâmico de desenvolvimento no esporte juvenil está relacionado ao:
1) Envolvimento pessoal nas atividades: as atividades
diárias do esporte (prática, jogos e a brincadeira);
2) Relacionamentos de qualidade: a interação com os
treinadores, pais e colegas que se envolvem com os jovens no esporte;
3) Cenários apropriados: os ambientes micro e macro em
que as atividades e os relacionamentos estão acontecendo (campo, arena, clube e
cidade);
4) Tempo: mudanças ocorrendo ao longo do tempo. (Bronfenbrenner, 1977; Côté, Strachan, & Fraser-Thomas, 2008)
A
estrutura dos benefícios pessoais para o esporte, ao longo do tempo, compreende
os elementos dinâmicos do envolvimento diário nas atividades, dos
relacionamentos de qualidade e cenário apropriado, que levarão às mudanças nos
indivíduos; tendo como benefícios pessoais: a competência, a confiança, a conexão
e o caráter, obtivendo, desta forma, como resultado os 3 P´s (do inglês "Participation, Performance and Personal Development"): participação,
desempenho e desenvolvimento pessoal.
Os
benefícios pessoais, os 4 C´s dizem respeito a:
1) Competência: visão positiva da sua ação
no esporte, aprendendo um esporte específico, habilidades, competindo e
desempenhando;
2) Confiança: um sentido interno positivo
de autoestima no esporte;
3) Conexão: laços positivos com pessoas e
instituições no esporte;
4) Caráter: respeito pelas regras, integridade
e empatia pelos outros. (Côté, Bruner, Erickson, Strachan, & Fraser-Thomas, 2010; Jelicic, Bobek, Phelps, Lerner, & Lerner, 2008; Lerner, 2004)
O efeito do local de nascimento nos Eua,
Canadá, Reino Unido, Austrália, Finlândia e Suécia relacionado ao aumento de
participação, desempenho e desenvolvimento pessoal:
1- A maior proporção de atletas de elite
vem de pequenas cidades (desempenho);
2- A participação no esporte juvenil é
maior nas cidades pequenas (participação);
3- Os participantes do esporte juvenil das
pequenas cidades, percebem um maior benefício do desenvolvimento
(desenvolvimento pessoal).
O
porque destes resultados em relação ao efeito do lugar de nascimento:
- Cenários com menos pessoas em uma idade
jovem aumenta o envolvimento em papéis diferentes, prazer e esforço pessoal
(Barker, 1978);
- Cenários com menos pessoas fortalecem
o autoconceito através de comparações sociais favoráveis (efeito de dominância
de local, Gardner, Gabriel, & Hochschild, 2002);
- A integração do sistema esportivo com
a família, a escola e a comunidade criam um ambiente de aprendizado positivo (NRCIM,
2002);
- O ambiente natural e construído de
cidades pequenas devem promover atividades lideradas pela juventude;
- A acessibilidade às instalações talvez
seja mais importante do que a qualidade durante a infância;
- Os programas de esporte juvenis em
cidades maiores podem ser super organizados e treinados nos primeiros anos;
- Variabilidade na idade, tamanho e
habilidade dos jogadores em cidades pequenas;
- Os modelos a seguir podem ser mais
influentes em cidades pequenas. (Balish & Côté, 2013; Côté, Turnnidge, & Evans, 2015)
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Habilidades necessárias ao Profissional do Futuro!
De acordo com Schwab (2016): "Estamos a bordo de
uma Revolução Tecnológica que está transformando profundamente a forma como
vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade,
a transformação acontece diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha
experimentado antes". Segundo o mesmo autor, em função das transformações
ocorridas no mercado de trabalho, o ser humano deverá desenvolver 10
habilidades até 2020. Fundador do World Economic Forum (WEF) e autor da A
Quarta Revolução Industrial (2016) afirma que: “a humanidade está ingressando
na Quarta Revolução Industrial, uma nova era em que a união de tecnologias
digitais, físicas e biológicas modificará drasticamente não apenas o modo como
vivemos, mas a maneira como trabalhamos e faremos negócios.”
As 10 habilidades do Profissional do Futuro são:
1.Resolução de problemas complexos;
2.Pensamento Crítico;
3.Criatividade;
4.Gestão de pessoas;
5.Coordenação com os outros;
6.Inteligência Emocional;
As 10 habilidades do Profissional do Futuro são:
1.Resolução de problemas complexos;
2.Pensamento Crítico;
3.Criatividade;
4.Gestão de pessoas;
5.Coordenação com os outros;
6.Inteligência Emocional;
7.Julgamento e
Tomada de Decisões;
8.Orientação de serviço;
9.Negociação;
10.Flexibilidade cognitiva.
8.Orientação de serviço;
9.Negociação;
10.Flexibilidade cognitiva.
O desenvolvimento humano ocorre
continuamente, desde os tempos mais remotos, porém, os acontecimentos dos
últimos anos, tem colaborado para a aceleração deste. Temos a sensação de que o
dia tem menos de 24hs, de que o tempo diminuiu, para acompanharmos tantas
transformações. Será que estamos preparados para o que ainda está por vir? O
que efetivamente estamos fazendo hoje para aprimorar as habilidades que já
temos e desenvolver as novas que serão necessárias? O futuro já está aí, cada
vez mais as exigências de competências envolvendo o relacionar-se melhor
consigo (Autogestão) e com o outro (Gestão de Pessoas), serão a tônica em todos
os ambientes de trabalho. É interessante notar, que as habilidades citadas por
Schwab, estão relacionadas diretamente com aspectos mentais e emocionais do
indivíduo, mesmo com toda a revolução tecnológica presente hoje e no futuro, o
maior desafio será mesmo a disposição para a mudança interna, a partir de cada
um, e que terá reflexo nos outros e nas suas relações!
SCHWAB, K. A Quarta Revolução
Industrial, Edipro, São Paulo, 2016.
quinta-feira, 3 de agosto de 2017
TDAH em Crianças: O que é e como tratar!
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH,
somando dois grupos de sintomas) é uma das desordens psiquiátricas mais comuns
na infância, variando de 3 a 10%, com maior frequência em meninos (12%), e em
meninas (6%). Os sintomas característicos são: desatenção, inquietude e
impulsividade (em mais de um ambiente). Existem crianças que podem apresentar
somente o Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), mais comum em meninas, e
ainda outras, com Transtorno de Hiperatividade, com os meninos compondo a sua
maioria.
Os
portadores do TDAH apresentam alterações na região pré-frontal e nos
neurotransmissores (em especial, dopamina e noradrenalina). Essa região do
cérebro é justamente responsável pelo autocontrole do comportamento social,
pela capacidade de prestar atenção, memória executiva, organização e
planejamento. Esse transtorno pode ter causas genéticas (filhos de pais com
TDAH tem maior chance), congênitas (exposição ao álcool, cigarro ou medicações
durante a gestação aumentam a incidência) ou ambiental. Na vida adulta pode
reduzir consideravelmente, em 70 a 90% dos pacientes. No entanto, pode retornar
em caso de privação de sono, uso de drogas ou outros fatores ambientais.
Alguns dos
sintomas clínicos e que sugerem investigação diagnóstica, em crianças de 6 a 12
anos, são:
- Se distrai facilmente, fixa atenção poucos segundos em
cada objeto;
- Trabalhos escolares pouco organizados, com erros e
incompletos;
- Perturba a classe respondendo antes do seu tempo, não fica
sentada em seu lugar;
- Não espera a sua vez nos jogos e brincadeiras;
- Demora muito tempo para fazer as suas tarefas;
- Meninos: hiperatividade e impulsividade;
- Meninas: déficit de atenção.
Importante
lembrar que estes pacientes também têm aspectos positivos, como: expansivo, criativo,
independente, rapidez e agilidade mental, jovialidade e interatividade social.
O
tratamento do TDAH, através da medicina convencional, se dá pela prescrição de
potentes drogas estimulantes, como a lisdexanfetamina e metilfenidato. Apesar
de certa eficiência, no longo prazo, essa abordagem medicamentosa pode levar a
vários efeitos colaterais, como: distúrbios do sono, alterações de pressão
arterial e frequência cardíaca e inapetência. Sugere-se algumas medidas
complementares para auxiliar o tratamento deste transtorno:
1) Melhorar
o sono (quando inadequado interfere negativamente na forma de pensar, funcionar
e se comportar);
2) Atividade
física;
3) Melhoria
da dieta e redução da toxidade ambiental (sensíveis à interferência cerebral
que alguns alimentos e toxinas podem causar, apresentam nutrientes, como
ômega-3, zinco, ferro, magnésio, vitaminas B6 e D3, em níveis inferiores);
4) Uso
de suplementos;
5) Uso
de aminoácidos e fitoterápicos;
6) Treinamento
Psicofuncional (positiva a participação de um psicoterapeuta que ensine ao
paciente e familiares, estratégias que melhorem seu desenvolvimento e
socialização);
7) Atividades
estimuladoras da atenção voluntária (Meditação, Yoga, Tai chi).
Essa combinação da medicina
convencional às abordagens mais naturais, como dieta, exercícios, mudanças no
estilo e vida, uso de nutracêntricos para o cérebro, intervenção psicólogica e
educacional, promovem uma melhora mais significativa dos sintomas dos pacientes
com TDAH, do que, se optar exclusivamente pelo tratamento com remédios.
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