O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH,
somando dois grupos de sintomas) é uma das desordens psiquiátricas mais comuns
na infância, variando de 3 a 10%, com maior frequência em meninos (12%), e em
meninas (6%). Os sintomas característicos são: desatenção, inquietude e
impulsividade (em mais de um ambiente). Existem crianças que podem apresentar
somente o Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), mais comum em meninas, e
ainda outras, com Transtorno de Hiperatividade, com os meninos compondo a sua
maioria.
Os
portadores do TDAH apresentam alterações na região pré-frontal e nos
neurotransmissores (em especial, dopamina e noradrenalina). Essa região do
cérebro é justamente responsável pelo autocontrole do comportamento social,
pela capacidade de prestar atenção, memória executiva, organização e
planejamento. Esse transtorno pode ter causas genéticas (filhos de pais com
TDAH tem maior chance), congênitas (exposição ao álcool, cigarro ou medicações
durante a gestação aumentam a incidência) ou ambiental. Na vida adulta pode
reduzir consideravelmente, em 70 a 90% dos pacientes. No entanto, pode retornar
em caso de privação de sono, uso de drogas ou outros fatores ambientais.
Alguns dos
sintomas clínicos e que sugerem investigação diagnóstica, em crianças de 6 a 12
anos, são:
- Se distrai facilmente, fixa atenção poucos segundos em
cada objeto;
- Trabalhos escolares pouco organizados, com erros e
incompletos;
- Perturba a classe respondendo antes do seu tempo, não fica
sentada em seu lugar;
- Não espera a sua vez nos jogos e brincadeiras;
- Demora muito tempo para fazer as suas tarefas;
- Meninos: hiperatividade e impulsividade;
- Meninas: déficit de atenção.
Importante
lembrar que estes pacientes também têm aspectos positivos, como: expansivo, criativo,
independente, rapidez e agilidade mental, jovialidade e interatividade social.
O
tratamento do TDAH, através da medicina convencional, se dá pela prescrição de
potentes drogas estimulantes, como a lisdexanfetamina e metilfenidato. Apesar
de certa eficiência, no longo prazo, essa abordagem medicamentosa pode levar a
vários efeitos colaterais, como: distúrbios do sono, alterações de pressão
arterial e frequência cardíaca e inapetência. Sugere-se algumas medidas
complementares para auxiliar o tratamento deste transtorno:
1) Melhorar
o sono (quando inadequado interfere negativamente na forma de pensar, funcionar
e se comportar);
2) Atividade
física;
3) Melhoria
da dieta e redução da toxidade ambiental (sensíveis à interferência cerebral
que alguns alimentos e toxinas podem causar, apresentam nutrientes, como
ômega-3, zinco, ferro, magnésio, vitaminas B6 e D3, em níveis inferiores);
4) Uso
de suplementos;
5) Uso
de aminoácidos e fitoterápicos;
6) Treinamento
Psicofuncional (positiva a participação de um psicoterapeuta que ensine ao
paciente e familiares, estratégias que melhorem seu desenvolvimento e
socialização);
7) Atividades
estimuladoras da atenção voluntária (Meditação, Yoga, Tai chi).
Essa combinação da medicina
convencional às abordagens mais naturais, como dieta, exercícios, mudanças no
estilo e vida, uso de nutracêntricos para o cérebro, intervenção psicólogica e
educacional, promovem uma melhora mais significativa dos sintomas dos pacientes
com TDAH, do que, se optar exclusivamente pelo tratamento com remédios.