quinta-feira, 3 de agosto de 2017

TDAH em Crianças: O que é e como tratar!

            O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH, somando dois grupos de sintomas) é uma das desordens psiquiátricas mais comuns na infância, variando de 3 a 10%, com maior frequência em meninos (12%), e em meninas (6%). Os sintomas característicos são: desatenção, inquietude e impulsividade (em mais de um ambiente). Existem crianças que podem apresentar somente o Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), mais comum em meninas, e ainda outras, com Transtorno de Hiperatividade, com os meninos compondo a sua maioria.
            Os portadores do TDAH apresentam alterações na região pré-frontal e nos neurotransmissores (em especial, dopamina e noradrenalina). Essa região do cérebro é justamente responsável pelo autocontrole do comportamento social, pela capacidade de prestar atenção, memória executiva, organização e planejamento. Esse transtorno pode ter causas genéticas (filhos de pais com TDAH tem maior chance), congênitas (exposição ao álcool, cigarro ou medicações durante a gestação aumentam a incidência) ou ambiental. Na vida adulta pode reduzir consideravelmente, em 70 a 90% dos pacientes. No entanto, pode retornar em caso de privação de sono, uso de drogas ou outros fatores ambientais.
            Alguns dos sintomas clínicos e que sugerem investigação diagnóstica, em crianças de 6 a 12 anos, são:
- Se distrai facilmente, fixa atenção poucos segundos em cada objeto;
- Trabalhos escolares pouco organizados, com erros e incompletos;
- Perturba a classe respondendo antes do seu tempo, não fica sentada em seu lugar;
- Não espera a sua vez nos jogos e brincadeiras;
- Demora muito tempo para fazer as suas tarefas;
- Meninos: hiperatividade e impulsividade;
- Meninas: déficit de atenção.
            Importante lembrar que estes pacientes também têm aspectos positivos, como: expansivo, criativo, independente, rapidez e agilidade mental, jovialidade e interatividade social.
            O tratamento do TDAH, através da medicina convencional, se dá pela prescrição de potentes drogas estimulantes, como a lisdexanfetamina e metilfenidato. Apesar de certa eficiência, no longo prazo, essa abordagem medicamentosa pode levar a vários efeitos colaterais, como: distúrbios do sono, alterações de pressão arterial e frequência cardíaca e inapetência. Sugere-se algumas medidas complementares para auxiliar o tratamento deste transtorno:
1)    Melhorar o sono (quando inadequado interfere negativamente na forma de pensar, funcionar e se comportar);
2)    Atividade física;
3)    Melhoria da dieta e redução da toxidade ambiental (sensíveis à interferência cerebral que alguns alimentos e toxinas podem causar, apresentam nutrientes, como ômega-3, zinco, ferro, magnésio, vitaminas B6 e D3, em níveis inferiores);
4)    Uso de suplementos;
5)    Uso de aminoácidos e fitoterápicos;
6)    Treinamento Psicofuncional (positiva a participação de um psicoterapeuta que ensine ao paciente e familiares, estratégias que melhorem seu desenvolvimento e socialização);
7)    Atividades estimuladoras da atenção voluntária (Meditação, Yoga, Tai chi).
Essa combinação da medicina convencional às abordagens mais naturais, como dieta, exercícios, mudanças no estilo e vida, uso de nutracêntricos para o cérebro, intervenção psicólogica e educacional, promovem uma melhora mais significativa dos sintomas dos pacientes com TDAH, do que, se optar exclusivamente pelo tratamento com remédios. 



Fonte: Revista Essentia – 11ª. Edição – Abril/2017.