terça-feira, 9 de outubro de 2018

Bullying em Atletas Ícones do Esporte!


         A palavra bullying, é de origem inglesa, e “é utilizada para qualificar comportamentos violentos no âmbito escolar, tanto de meninos quanto de meninas. Entre esses comportamentos, podemos destacar agressões, assédios e ações desrespeitosas realizados de maneira recorrente e intencional por parte dos agressores. É fundamental explicitar que as atitudes tomadas por um ou mais agressores contra um ou alguns estudantes geralmente não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Isso significa dizer que, de forma quase “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. E isso invariavelmente produz, alimenta e até perpetua muita dor e sofrimento nos vitimados! ”(p. 19)
         As formas diversas de bullying são demonstradas abaixo:
- Verbal: insultar, ofender, xingar, fazer gozações, colocar apelidos pejorativos, fazer piadas ofensivas e zoar;
- Físico e material: bater, chutar, espancar, empurrar, ferir, beliscar, roubar, furtar ou destruir os pertences da vítima, atirar objetos contra a vítima;
- Psicológico e moral: irritar, humilhar e ridicularizar, excluir, isolar, ignorar, desprezar ou fazer pouco-caso, discriminar, aterrorizar e ameaçar, chantagear e intimidar, tiranizar, dominar, perseguir, difamar, passar bilhetes e desenhos de caráter ofensivo entre os colegas; fazer intrigas, fofocas ou mexericos;
- Sexual: abusar, violentar, assediar, insinuar;
- Virtual: utilização de celulares e computadores na internet, conhecido também como cyberbullying.
         Esse tema é polêmico, e por mais que essa definição se refira ao ambiente escolar, infelizmente, não é somente lá que o bullying ocorre, pode ser nos próprios lares e no ambiente esportivo também. Ilustro dois exemplos de atletas vencedores, referências no esporte mundial, em suas modalidades, que foram vítimas deste tipo de violência.
      O nadador norte-americano, Michael Phelps, com vários recordes mundiais estabelecidos, detentor de mais de 20 medalhas olímpicas, foi diagnosticado com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Os professores reclamavam do seu comportamento, de que não fazia as tarefas, não prestava atenção nas aulas e não parava quieto. Uma de suas professoras chegou a declarar que ele jamais seria bem-sucedido porque não era capaz de se concentrar. Ele sofreu bullying por anos a fio, em decorrência disto, e também por ser muito alto, magro, desengonçado e ter orelhas grandes. No ambiente esportivo, durante uma competição de natação, aos 11 anos de idade, alguns meninos tentaram mergulhar sua cabeça numa privada. Ele conseguiu fugir e saiu do banheiro aos prantos. “A raiva formou-se em meu interior e, embora eu não tivesse comentado nada sobre o assunto com ninguém, usaria essa raiva como motivação – em especial, na piscina”, Phelps relatou em seu livro autobiográfico, Sem Limites.
           O ex-jogador de futebol David Beckham, considerado um dos maiores jogadores de futebol do mundo, foi vítima de bullying durante o período escolar. Quando criança, já era obcecado por futebol, vivia com a bola nos pés e sonhava em jogar profissionalmente. Ingressou, aos 8 anos, na escolinha de futebol Ridgeway Rovers e se tornou um jogador talentoso e um dos melhores artilheiros. Em sua trajetória esteve em clubes como: Manchester United, Real Madrid, Los Angeles Galaxy, Milan e Paris Saint-Germain. Além de ter feito parte da Seleção Inglesa, a partir de 1996, inclusive como capitão do time. Colecionou gols e prêmios individuais. Em 2007, revelou à revista inglesa Guardian Weekend que se sentia diferente no período da adolescência. Seus amigos pensavam em diversão e ele era totalmente focado no futebol e na preparação para os jogos. Ele era vítima de zombarias por ter começado cedo no esporte e se recusar a sair à noite ou a beber com os amigos. Seus agressores diziam que isso era coisa de “mulherzinha”. “No entanto, esbarrei com essas mesmas pessoas um ano atrás, e elas me perguntaram: Podemos vê-lo jogar em Madri? ”, concluiu o jogador. Beckham aliado a outras celebridades aderiu à campanha antibullying denominada Beat Bullying (Acabem com o bullying), organizada pelo governo inglês com apoio da BBC Radio 1 e mais de 50 organizações. Como embaixador da Boa Vontade da Unicef, em 2015, lançou o projeto “7: Fundo Unicef David Beckham”, no qual um dos propósitos era proteger crianças vítimas de violência em países em crise e conflitos.

Fonte: Silva, A.B.B. Bullying: mentes perigosas nas escolas. São Paulo: Globo, 2015.