terça-feira, 18 de abril de 2017

Inteligência Social na Escola!

              O ponto de partida da liderança socialmente inteligente é a dedicação e a sincronia total. Somente a partir daí pode se desdobrar a grande variedade de facetas que compõem a inteligência social, de perceber como as pessoas se sentem e o porquê disso, e interagir gentilmente com elas e mobilizá-las para um estado mais positivo. Não existe um manual que nos diz o que devemos fazer em cada situação, nenhuma receita mágica que pode promover a inteligência social no local de trabalho.
            E quando nos transportamos para uma escola, e imaginamos no professor o importante papel de líder social para os seus alunos...em que medida a escola prepara os professores para tal exercício? O professor com sua formação da faculdade está capacitado para ser muito mais que um transmissor de conhecimento? E será que essa transmissão não fica comprometida caso ele não exerça sua liderança social de forma inteligente?
Muitos problemas comportamentais gerados pela insegurança vivida pelo aluno o incapacitam de realizar as tarefas que lhe são confiadas. Uma relação especial estabelecida entre o professor e o aluno é um veículo extraordinário para incentivar a capacidade de aprendizagem das crianças. Uma pesquisa recente mostrou que os alunos que sentem uma ligação especial, quer com os professores, com outros alunos ou mesmo com a escola, obtém um melhor desempenho e enfrentamento dos perigos que cercam o adolescente moderno. Deste modo, os alunos emocionalmente conectados têm menores taxas de violência, intimidação, vandalismo, ansiedade, depressão, abuso de drogas, suicídio, absenteísmo e abandono.
Um estudo realizado com 910 alunos do primeiro ano do ensino fundamental, de uma amostra nacional representativa de todo o país, com observadores treinados, analisaram os professores e avaliaram como o estilo de ensinar afeta o aprendizado das crianças com risco de reprovação. Os melhores resultados surgiram quando os professores:
- Sintonizaram-se com a criança e responderam a seus interesses, necessidades, humores e capacidades, deixando-os guiar suas interações;
- Criaram um clima positivo em sala de aula, com conversas agradáveis, risada e animação;
- Demonstraram afeto e consideração positiva em relação aos alunos;
- Tiveram um bom controle de sala de aula, com expectativas e rotinas claras, mas flexíveis, para que os alunos seguissem as regras por conta própria.
            Os piores resultados, no entanto, ocorreram quando o professor assume uma postura “faz isso” e impuseram sua agenda aos estudantes, sem se sintonizar, ou permaneceram emocionalmente distantes e descompromissados. Tais professores brigavam com seus alunos com mais frequência e precisavam impor castigos para restaurar a ordem. O estudo encontrou uma diferença impressionante entre os alunos mais fracos: se eles tivessem um professor carinhoso e presente, prosperavam, aprendendo tão bem quanto as outras crianças.
            “Bons professores, são como bons pais. Ao oferecer uma base segura, um professor cria um ambiente que permite que o cérebro dos estudantes dê o melhor de si. Tal base, torna-se um porto seguro, um território no qual podem aventurar-se para explorar, dominar algo novo, conquistar! ” (p. 326)

GOLEMAN, D. Inteligência Social: o poder das relações humanas. Rio de Janeiro, Elsevier, 2006.