quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Síndrome Pré-Menstrual em Atletas!


Muitas mulheres em idade reprodutiva apresentam sintomas relacionados com as fases do ciclo menstrual (Valadares, Ferreira, Correa Filho, Romano-Silva, 2006). Somente nos casos onde os sintomas ocorrem na fase pré-menstrual e apresentam influência decididamente negativa no funcionamento físico, psicológico e social da mulher, com conseqüente redução da sua qualidade de vida, é que podem fazer parte da Síndrome Pré-Menstrual (SPM) (Campagne & Campagne,2007).
“A TPM é uma desordem cíclica caracterizada pelo surgimento de vários sintomas físicos e psicológicos durante a fase lútea dos quais os mais debilitantes seriam depressão, ansiedade, irritabilidade e agressividade.” Rapkin et alii (1987, p. 1536).
A SPM pode ser definida como: “a ocorrência cíclica de sintomas físicos e emocionais, incômodos e persistentes, durante o período pré-menstrual, que retrocede durante a menstruação e apresenta uma fase assintomática no período pós-menstrual (ACOG,2000) (Braverman,2007, p.3-12)) (Milewicz & Jedrzejuk, 2006, p. 47-54).
A mulher é como uma onda, sua auto-estima sobe e desce num movimento ondulatório. Quando a onda de uma mulher sobe, ela sente que tem uma abundância de amor para dar, mas quando desce, sente seu vazio interior e precisa ser preenchida com amor. Quando ela atingir o fundo é o momento para uma faxina emocional, ela precisa especialmente falar sobre os problemas e ser ouvida e entendida. Só que neste momento, na maioria das vezes, ela não tem suporte, senti-se sozinha, pois ela quem sempre cuidou de tudo e de todos, colocou-se numa posição de auto-suficiência, de que não precisava de ninguém e se virava sozinha. A nossa própria cultura exerceu influência sobre isto e ainda nos cobra esta postura. Agora imaginem as atletas, que já apresentam toda a cobrança inerente ao ambiente esportivo, como realmente lidam com esse período do ciclo menstrual.
Para Estés (1996) algumas mulheres que evitam lidar com suas emoções negativas e resistem ao movimento natural de seus sentimentos, experimentam a síndrome ou tensão pré-menstrual. Há uma forte correlação entre a TPM e a incapacidade de lidar com sentimentos negativos de forma positiva. Segundo a mesma, se experimentamos os sentimentos positivos de amor, alegria, prazer, confiança, nós periodicamente, temos que sentir raiva, tristeza e medo.
E os profissionais que trabalham com o esporte feminino, a comissão técnica, e em especial, o técnico, será que estão preparados e tem conhecimento destas questões? Respeitam e levam em consideração os momentos de maior sensibilidade das suas atletas? Como eles próprios encaram esse assunto? Boas perguntas para futuros estudos...
 Gaion e Vieira (2010) desenvolveram um estudo do tipo inquérito, com 57 atletas, com idade entre 18 e 47 anos, de 11 modalidades esportivas. Para identificar a presença de SPM, utilizaram uma ficha autoaplicável baseada nos critérios do American College of Obstetricians and Gynecologists(ACOG, 2000); a confirmação diagnóstica foi feita através do preenchimento de um diário de sintomas durante dois ciclos menstruais consecutivos (baseado no ACOG, 2000). Das 57 atletas acompanhadas, oito foram excluídas por não possuir ciclo menstrual eumenorreico (ciclos menstruais regulares, com intervalos de 21 a 35 dias), 12 por usar anticoncepcional hormonal, seis por parar de treinar durante a coleta de dados e seis por não apresentar disponibilidade para responder aos diários durante dois ciclos menstruais consecutivos. Assim, a amostra final foi composta por 25 atletas de 10 modalidades esportivas: atletismo, basquetebol, ciclismo, ginástica rítmica, handebol, caratê, natação, voleibol, vôlei de praia e xadrez. A prevalência de SPM estimada de forma retrospectiva foi de 68%, enquanto a avaliada pelo acompanhamento com os diários foi de 48%. Mastalgia, explosão de raiva, ansiedade e irritabilidade foram os sintomas mais citados. Foram observadas associações significativas entre SPM e volume de treinamento semanal (P = 0,041), número de sintomas totais (P < 0,0001), número de sintomas físicos (P = 0,004), mastalgia (P = 0,028) e desconforto abdominal (P = 0,015). A prevalência de SPM em atletas foi considerada alta e a análise retrospectiva a superestimou em relação ao acompanhamento diário. A alta prevalência, bem como a associação entre SPM e maior volume de treinamento semanal, instiga que o treinamento esportivo pode ter algum impacto na prevalência de SPM em atletas.
Pelos resultados encontrados neste estudo, torna-se interessante conduzir mais investigações a respeito da relação entre essas duas variáveis: treinamento físico e síndrome pré-menstrual. E também se as atletas apresentam a TPM e como elas lidam com os sintomas, se elas têm ou buscam suporte psicológico ou algum outro para aliviá-los.
As mulheres vêm atravessando um processo de mudança há algum tempo. Quando elas conseguem reconhecer os recursos da sua essência, da sua alma perguntam-se, freqüentemente, o que realmente desejam, reforçam o vínculo com a sua intuição, tornando-se cada vez mais capazes de avançar na vida. Ao invés de ficarem penduradas à vontade dos outros, optam por coisas de sua própria escolha. As mulheres por todo o mundo não podem fugir ao encontro com suas almas, se elas desejarem mudanças internas, deverão empreendê-las, se quiserem mudanças no mundo, terão meios de ajudar a realizá-las! 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Autodomínio e o Desenvolvimento dos nossos Potenciais!


Mais um ano começando, período propício para revermos nossas atitudes, valores, crenças e aproveitarmos para mudar, fazer diferente, experimentar situações e relacionamentos através de outra perspectiva. Trabalhar em nós mesmos que sempre é possível melhorar, aperfeiçoar-se. Questionar-se sobre seus objetivos e escolhas: “Será que este caminho que escolhi é realmente o que me faz feliz e me realiza?”;”O que está me impedindo de viver hoje o que eu quero e mereço de bom?”
O primeiro passo para fazermos essa reavaliação e nos organizarmos para a mudança é estar disposta e disponível para tal. O segundo passo pode fazer toda a diferença na forma que vamos conduzir o nosso processo de transformação, que é justamente o tipo de profissional e abordagem que ele trabalha.
Existe a chamada psicologia tradicional, a que defende uma visão da patologia, de que todos são vítimas e alienados, só apresentam emoções negativas. Em contrapartida, há outras abordagens que preconizam que os indivíduos são responsáveis por suas ações e escolhas, que cada um tem seu livre-arbítrio e responsabilidade, e não são as circunstâncias externas as culpadas. Nesta perspectiva, ...” Os seres humanos são freqüentemente movidos pelo futuro em vez de conduzidos pelo passado, e por isso a ciência que avalia e produz expectativas, planejamentos e escolhas conscientes será mais potente que a ciência dos hábitos, das motivações e circunstâncias” (SELIGMAN, 2011, p.119). Essa visão é absolutamente contrária à ciência social e à história da psicologia.
De forma alguma estou criticando o fato de precisamos nos conhecer, a nossa história, o nosso passado, porém, o que vamos fazer com esse saber e como estruturar o nosso viver daqui para frente, considero tão importante quanto.
O autoconhecimento é a porta de entrada para um mundo interno desconhecido, a princípio, no entanto, possibilita exercitar a capacidade de ter nas próprias mãos a chave da responsabilidade pessoal, da escolha em direcionar o comportamento de forma mais consciente e positiva, cabendo a cada um essa permissão, e a mais nada e ninguém. Portanto, cada um possui a disposição para crescer, amadurecer e aprimorar-se, usufruindo assim cada vez mais dos seus talentos e potencialidades.