Será que dinheiro traz mesmo felicidade? Quanto mais dinheiro eu tenho
mais momentos felizes eu vivencio? Quanto de tempo é preciso para ganhar
dinheiro se o que se quer é a satisfação com a vida?
A literatura sobre dinheiro e a felicidade compara nações umas com as
outras e analisa um determinado país, comparando pessoas ricas e pobres. E
nestes estudos há uma concordância, no que diz respeito, a dois pontos:
1. “Quanto
mais dinheiro, mais satisfação com a vida;
2. Mas a
produção de dinheiro rapidamente atinge um ponto de retorno decrescente em
satisfação com a vida.”
A satisfação
com a vida é maior em países com maior PIB (produto interno bruto) por pessoa.
A inclinação é maior entre os países pobres, nos quais mais dinheiro e mais
satisfação com a vida estão mais intimamente relacionados.
E a relação entre tempo e dinheiro, será que se escolhermos utilizar
nosso precioso tempo para gerar mais riqueza seremos mais felizes do que usá-lo
de outras maneiras? O que talvez nunca paramos muito para pensar é que tudo
isso está relacionado aos nossos valores, o que realmente importa. Não estou
aqui fazendo campanha contra o dinheiro, e sim, convidando a refletir de que
modo estamos otimizando o nosso tempo para efetivamente vivermos melhor e com
mais bem-estar. Claro que podemos nos planejar, colocar no papel e estruturar
nossos objetivos de modo que possamos
equilibrar todas as áreas da nossa vida, trabalho, família, amigos, lazer,
ócio, não necessariamente, nessa ordem de importância. Existe a máxima: “Se
faço o que gosto, não é trabalho”...ótimo, porque não há nada mais tedioso e
intolerável do que fazer algo, dedicar várias horas por dia num trabalho que
não traz realização pessoal. Mas mesmo assim, é necessário cuidar para não usar
essa justificativa para não relaxar, reconhecer que tem hora para tudo, para
trabalhar, para descansar, para se exercitar, para namorar, etc..
Os dados a seguir mostram o quanto é fraca a noção de que a riqueza não
tem limite superior sobre o preço da felicidade:
Satisfação
com a vida por vários grupos
(Diener &
Seligman, 2004)
Respostas a
“Você está satisfeito com sua vida”, desde de concordância total (7) a
discordância total (1), sendo 4 neutro.
- Americanos
mais ricos da Revista Forbes: 5,8;
- Os amish da
Pensilvânia: 5,8;
- Os inuítes
(esquimós do norte da Groenlândia): 5,8;
- Os masai
africanos: 5,7;
- Amostra de
probabilidade sueca: 5,6;
- Amostra
internacional de estudantes universitários (47 nações em 2000): 4,9;
- Os amish de
Illinois: 4,9;
- Moradores
de favelas em Calcutá: 4,6;
- Pessoas sem
teto em Fresno, Califórnia: 2,9;
- Moradores
de rua em Calcutá (sem teto): 2,9.
De acordo com
estes autores, esta pergunta “O quanto você está satisfeito com sua vida?” tem
dois componentes: o estado transitório de humor que cada um se encontra ao
responder e a avaliação permanente das circunstâncias da sua vida. E humor e
avaliação são influenciados diferentemente pela renda. Quanto maior a renda
maior a positividade da sua avaliação sobre as circunstâncias de vida, mas não
influencia muito o seu humor. Foram encontradas em relação às mudanças nas
nações ao longo do tempo: 52 nações tem análises sólidas de séries cronológicas
do bem-estar subjetivo desde 1981 até 2007. Em 45 delas o bem-estar subjetivo
aumentou. Em 6, todas na Europa Oriental, o bem-estar subjetivo diminuiu. Portanto,
a satisfação com a vida aumenta, em especial, com a renda, enquanto o humor
aumenta, sobretudo com a maior tolerância em dado país.
E aí voltamos à questão dos valores, pois mesmo quando fizemos a
avaliação sobre as circunstâncias da vida, os levamos em consideração, são eles
que nos movem em direção à nossa felicidade, que é individual. Um indivíduo que
tem 4 empregos trabalha 12 hs por dia e tem uma renda alta, não necessariamente,
é mais feliz que um outro que trabalha menos, tem uma vida simplória e se
diverte de forma gratuita. E nisto, inclui-se também o local onde se vive, na cidade (grande ou pequena) ou no campo, na área nobre ou na periferia.
O cuidado com
a saúde física, mental, emocional e espiritual nos impulsiona a viver de modo
mais saudável e feliz, experienciando hábitos, como: comer alimentos benéficos,
praticar exercícios físicos, meditar, desenvolver a espiritualidade. Tudo isso contribui para
cultivarmos aqueles valores essenciais: do amor, da fraternidade, da humildade,
da paz, da compaixão e da fé.
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