segunda-feira, 29 de julho de 2013

Motivação para a Realização da Prática Físico-esportiva!

Segundo Vallerand (1997) um indivíduo para poder satisfazer suas necessidades psicológicas básicas e, conseqüentemente, experimentar formas de automotivação, depende de dois diferentes aspectos sociais que se encontram no meio ambiente do praticante. Por isso, este autor considera fundamental analisar e determinar o contexto social em que o sujeito se encontra inserido. Neste sentido, unida à teoria da autodeterminação está a teoria das metas de realização (Nicholls,1987), cuja idéia principal se baseia no pensamento de que as metas de um indivíduo consistem em esforçar-se para demonstrar competência em contextos de sucesso. Segundo esta teoria, fatores ambientais referentes às características do meio ambiente de realização em que se encontra o individuo, junto às características pessoais do mesmo, vão influenciar sua motivação. Estes fatores ambientais recebem o nome de clima motivacional (Ames, 1992) e vão depender dos estímulos de êxito transmitidos pelas pessoas que rodeiam o sujeito (pais, companheiros, treinadores, professores). Assim, distinguimos um clima-tarefa: em que os estímulos estão no esforço e na superação pessoal; e um clima-ego: que prima a superação dos rivais e a demonstração de maior capacidade que os demais. Esta teoria considera que as pessoas, atendendo suas características pessoais, podem ter dois tipos de orientação de meta disposicional: uma orientação à tarefa em que o êxito vem definido pela melhora pessoal e uma orientação ao ego em que o êxito se relacionaria com a demonstração de habilidade normativa.
Muitos estudos no âmbito esportivo (Boyd, Weinmann, Yin, 2002), (Ntoumanis & Biddle, 1987) relacionam ambas as teorias, analisando como o clima motivacional e a orientação de metas disposicionais influenciam no desenvolvimento da automotivação. Estes trabalhos indicaram que o clima-tarefa e a orientação à tarefa se relacionavam positiva e significativamente com a automotivação, enquanto que o clima-ego e a orientação ao ego se relacionavam de forma positiva e significativa com a motivação não-autodeterminada.
Em relação aos estudos sobre autodeterminação e prazer, Ntoumanis (2002) encontrou uma relação positiva e significativa do prazer com as formas de motivação mais autodeterminadas, em aulas de educação física. Resultados que coincidiram com os encontrados na análise cluster, onde o perfil mais autodeterminado refletia um maior prazer pela atividade físico-esportiva realizada.
Frederick e Ryan (1995), Ingledew, Markland e Medley (1998) e Ryan, et al. (1999), pesquisaram a relação entre o tempo de prática e o prazer na mesma, determinando que este sentimento encontra-se relacionado com uma maior assistência e duração das sessões de exercício físico.
Da mesma forma, vários trabalhos analisaram as diferenças por gênero e idade, em relação à autodeterminação (Amorose e Horn, 2000), (Cuddihy e Corbin, 1995) e (Kim e Gill, 1997), encontrando que os homens ativos mostravam maiores níveis de interesses/prazer, assim como maior competência percebida em sua participação em atividades físicas do que as mulheres. Ao contrário, Arbinaga e García (2005), Chantal et al. (1996), Fortier et al. (1995), Miller (2000), Pelletier et al. (1995) e Recours et al. (2004), utilizando em grande parte deles, a Escala de Motivação Desportiva (SMS), acharam que as meninas pontuavam mais alto em motivação intrínseca e mais baixa em motivação extrínseca do que os meninos, ou seja, as meninas teriam mais motivos sociais para praticar esporte do que os meninos, e estes estavam mais excitados por motivos extrínsecos, como a competição e o exibicionismo.
Em relação à variável sócio-demográfica idade, Cuddihy e Corbin (1995) descobriram que a motivação intrínseca em relação à atividade física se incrementava em cursos mais altos.
Duda (1986), White e Duda (1994) e Kavussanu e Roberts (1996) também revelaram diferenças de gênero nas metas de realização disposicionais adotadas em âmbitos esportivos. Desta maneira, o gênero masculino se encontra associado a metas de realização orientadas ao ego, já o feminino se associa às metas de realização orientadas à tarefa.
Estes achados enfatizam a importância do aspecto social no estímulo à prática de exercícios físicos-esportivos como um incentivo a mais na adesão e manutenção desta. Desta forma, aumenta a responsabilidade de pais, professores, companheiros(as), treinadores que promovem a prática regular na população desenvolvendo estilos de vida mais ativos e saudáveis. Por esta razão, tem crescido enormemente a formação e participação, nos grupos de caminhada e corrida, pelo Brasil e no mundo.



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