segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O Código do Talento e seus Três Elementos!

Algumas descobertas científicas, constataram que o código do talento está relacionado a um isolante neural, denominado mielina. “Toda habilidade humana é criada por cadeias de fibras nervosas que transmitem um minúsculo impulso elétrico”(COYLE, 2010, pág. 15). A mielina reveste as fibras nervosas, tornando o sinal mais forte, mais rápido e preciso, impedindo que os impulsos elétricos extravasem. Sua importância se dá, pelos seguintes fatores:
-          É universal, todos podem desenvolvê-la;
-          De forma mais rápida na infância, mas pode ser ao longo da vida também;
-          Seu crescimento viabiliza todo tipo de habilidade, física ou mental;
-          É imperceptível, não é possível vê-la ou sentí-la.
            Esse código do talento possui três elementos fundamentais:
  •      Treinamento profundo: o esforço realizado na direção de certo objetivo, no limite da sua habilidade e que cometa erros, torna-o mais inteligente. Desacelerar – Cometer Erros – Corrigir. A prática é mais importante que o talento e toma os erros (que tentamos evitar) e os transforma em habilidade;
  •      Ignição: motivação, energia, paixão e compromisso. A ignição e o treinamento profundo associam-se para produzir a habilidade. A ignição dá energia e o treinamento profundo traduz essa energia, ao longo do tempo, num progresso gradual, ou seja, em camadas de mielina. “…a ignição é um processo que envolve o conjunto de sinais e as forças sub-conscientes que criam nossa identidade, os momentos que nos levam a dizer: “é isso o que quero ser” (COYLE, 2010, pág. 121);
  •    Orientação de um grande treinador: apresentando as seguintes características:

-          Temperamento mais contido, reservado;
-          Mais velhos, davam aulas há trinta ou quarenta anos;
-          Olhar firme, profundo, imperturbável;
-          Ouviam muito mais do que falavam;
-     Passava a maior parte do tempo realizando pequenos ajustes, objetivos e muito específicos;
-          Muito perceptivos em relação a quem estavam ensinando, adaptavam as mensagens à personalidade do aluno;
-          São realistas e disciplinados;
-     Tem muito conhecimento que aplicam ao trabalho constante e progressivo de formação dos circuitos de uma habilidade.
As fábricas de talento utilizavam uma linguagem que afirmava o valor do esforço e do progresso lento, ao invés de  prezar o talento inato ou a inteligência. A linguagem que valoriza o esforço surte efeito porque fala direto ao cerne da experiência de aprendizagem, e no caso de ignição, não há nada mais poderoso.
O esporte no Brasil hoje, considerando desde a formação de atletas, das categorias de base até o profissional, seja em qual modalidade for, estariam munidas de profissionais competentes e mais do que isso que apliquem esse tipo de conhecimento? As modalidades esportivas, individuais ou coletivas, apresentam equipes multi e interdisciplinares, que trabalhem unindo forças, conhecimento, habilidade e atitude no sentido de desenvolver esses elementos, que parecem ser essenciais, do código do talento? Não vamos ignorar que alguns atletas e/ou equipes beneficiam-se de um trabalho neste sentido, porém ainda, infelizmente, estes são exceção e não a regra.
No entanto, parece-me que para um país que almeja ser uma potência olímpica e que será sede das próximas Olimpíadas, objetivando estar entre os 10 mais do mundo, estamos muito aquém, no que diz respeito, a desenvolver talentos e aprimorá-los de forma contínua! Potenciais humanos têm de sobra para selecionar e desenvolver, precisamos nos estruturar melhor, em vários aspectos, como: político, financeiro, pessoal e organizacional (clubes e entidades esportivas). Alguns atletas e ex-atletas brasileiros já vêm se mobilizando no sentido de melhorar as condições de trabalho e estrutura no esporte, com dois movimentos intitulados: Atletas pelo Brasil e Bom Senso F.C, gerando ganhos significativos para todos os profissionais envolvidos no meio. Que continuemos nesse caminho!

Fonte: COYLE, D. O código do talento. Rio de Janeiro: Agir, 2010.


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