sexta-feira, 22 de junho de 2018

O Talento sozinho ganha Jogo?!


Qualquer atleta de alto nível, independente de qual clube jogue, e mesmo quando defende o seu país numa competição, como por exemplo, numa Copa do Mundo, não deve contar somente com o seu talento. Ele pode ficar vaidoso demais com sua superioridade, seja ela técnica, tática ou física e não valorizar o aspecto emocional, que pode levar a situações como: não lidar bem com reveses, intolerância à frustração e a admitir seus erros e aprender com eles. Quando as coisas vão mal (nestas competências que são bons) perdem o foco e a capacidade, colocando em risco as metas. Normalmente, este perfil de atleta possui o mindset fixo, querem ver seus talentos reconhecidos, agirem como superestrelas, e não como membros de uma equipe, o que acaba prejudicando vitórias importantes.
O técnico Tite, em entrevista hoje, reconheceu: “O impacto da necessidade de vencer dá uma dimensão grande. Tem um componente emocional muito forte, concentração(...)A gente explica que é Copa do Mundo(...)O que eu trago para o Brasil é essa consolidação e crescimento, a equipe se forma campeã. É confirmar e crescer, mas o grau de dificuldade exige, o aspecto emocional é bastante forte!”
Mia Hamm, frequentemente, era considerada a melhor jogadora de futebol do mundo. E sempre lhe perguntavam: “O que de mais importante uma jogadora de futebol deve ter?” E sem hesitar, ela respondia; “Firmeza mental. Diante de 11 jogadoras dispostas a derrubar você, quando se sente cansada ou está machucada, quando os árbitros estão contra você, você não pode deixar que isso prejudique a sua concentração. Como se faz isso? É preciso aprender a fazê-lo. Esse é um dos aspectos mais difíceis do futebol e é com ele que tenho de lutar a cada jogo e a cada treino. E por causa disso, quem sabe um dia eu consiga ser a melhor jogadora do mundo!”
Este exemplo de jogadora possui caráter, que é não se achar especial, nascida com direito de vencer. São pessoas que se esforçaram, aprenderam a manter a concentração sob pressão, e que, e quando necessário, foram além da sua capacidade normal. O caráter, permite alcançar o topo e permanecer lá.
Wooden (1997) aborda considerações interessantes sobre o caráter: “Creio que a aptidão pode nos levar ao topo, mas é preciso caráter para manter-se no alto (...) É tão fácil (...) começar a achar que você pode ligar-se automaticamente, sem uma preparação adequada. É preciso verdadeiro caráter para continuar a se esforçar, e se esforçar ainda mais, depois de chegar lá. Quando você ler alguma coisa sobre atleta ou equipe que vence sempre, lembre: mais do que habilidade ele tem caráter!”

Fonte: Dweck, C.S. Mindset: a nova psicologia do sucesso. Schwarscz. Rio de Janeiro, 2016.

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