Qualquer atleta de
alto nível, independente de qual clube jogue, e mesmo quando defende o seu país
numa competição, como por exemplo, numa Copa do Mundo, não deve contar somente
com o seu talento. Ele pode ficar vaidoso demais com sua superioridade, seja
ela técnica, tática ou física e não valorizar o aspecto emocional, que pode
levar a situações como: não lidar bem com reveses, intolerância à frustração e
a admitir seus erros e aprender com eles. Quando as coisas vão mal (nestas competências que são bons) perdem o
foco e a capacidade, colocando em risco as metas. Normalmente, este perfil de
atleta possui o mindset fixo, querem
ver seus talentos reconhecidos, agirem como superestrelas, e não como membros
de uma equipe, o que acaba prejudicando vitórias importantes.
O técnico Tite, em
entrevista hoje, reconheceu: “O impacto da necessidade de vencer dá uma
dimensão grande. Tem um componente emocional muito forte, concentração(...)A
gente explica que é Copa do Mundo(...)O que eu trago para o Brasil é essa
consolidação e crescimento, a equipe se forma campeã. É confirmar e crescer,
mas o grau de dificuldade exige, o aspecto emocional é bastante forte!”
Mia Hamm, frequentemente,
era considerada a melhor jogadora de futebol do mundo. E sempre lhe
perguntavam: “O que de mais importante uma jogadora de futebol deve ter?” E sem
hesitar, ela respondia; “Firmeza mental. Diante de 11 jogadoras dispostas a
derrubar você, quando se sente cansada ou está machucada, quando os árbitros
estão contra você, você não pode deixar que isso prejudique a sua concentração.
Como se faz isso? É preciso aprender a fazê-lo. Esse é um dos aspectos mais
difíceis do futebol e é com ele que tenho de lutar a cada jogo e a cada treino.
E por causa disso, quem sabe um dia eu consiga ser a melhor jogadora do mundo!”
Este exemplo de
jogadora possui caráter, que é não se achar especial, nascida com direito de
vencer. São pessoas que se esforçaram, aprenderam a manter a concentração sob
pressão, e que, e quando necessário, foram além da sua capacidade normal. O caráter,
permite alcançar o topo e permanecer lá.
Wooden (1997) aborda
considerações interessantes sobre o caráter: “Creio que a aptidão pode nos
levar ao topo, mas é preciso caráter para manter-se no alto (...) É tão fácil
(...) começar a achar que você pode ligar-se automaticamente, sem uma
preparação adequada. É preciso verdadeiro caráter para continuar a se esforçar,
e se esforçar ainda mais, depois de chegar lá. Quando você ler alguma coisa sobre
atleta ou equipe que vence sempre, lembre: mais do que habilidade ele tem
caráter!”
Fonte:
Dweck, C.S. Mindset: a nova psicologia do sucesso. Schwarscz. Rio de Janeiro, 2016.
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