De acordo com Dweck (2016) as pessoas
possuem dois tipos de mindset (mentalidade
ou padrão mental), o fixo e o de
crescimento. Os de mindset fixo
apresentam as seguintes características:
- Realizações limitadas e a mente com
pensamentos perturbadores; dão mais valor aos dotes naturais do que as
capacidades adquiridas;
- Consideram desagradável o esforço, levando-os
a estratégias de aprendizado inferiores;
- Transformam as outras pessoas em
juízes, ao invés de aliados;
- Não pedem ajuda e nem analisam suas
deficiências, consideram uma confissão de fraqueza; nem procuram livrar-se
delas por conselhos ou pelo treinamento, não sabem lidar com fracasso.
Os
de mindset de crescimento tem o
seguinte perfil:
- As capacidades se desenvolvem porque
além de terem aliados para o aprendizado, possuem concentração, esforço total e
muitas estratégias;
- Sabem lidar bem com reveses, pois
estes indicam-lhes estratégias boas e as levam a agir em seu próprio interesse;
- Reverenciam o esforço individual e o autoaprimoramento;
- Possuem caráter, pois a origem deste é
o mindset.
Um exemplo deste
tipo, foi o tenista Pete Sampras. Em 2000, em Wimbledon ele tentou seu 13º. título
no Grand Slam de tênis. Se vencesse, quebraria o recorde de 12 vitórias nos
principais torneios. Ele havia chegado à final, sem ter jogado bem, e não
estava muito otimista em jogar contra o jovem e poderoso Patrick Rafter.
Sampras perdeu o 1º. set e estava prestes a perder o 2º. No tiebrake o placar
era 4 a 1 contra ele. Admitiu: “Senti que a vitória estava escapando. Quando há
uma possibilidade de virar o jogo, você pensa nas partidas anteriores nas quais
perdeu o 1º. set...mas reagiu e venceu os três seguintes. Há tempo. A gente
reflete sobre as experiências passadas, sobre a capacidade de reagir. ” Sampras
ganhou cinco pontos seguidos, e depois isso aconteceu mais duas vezes. Tinha
vencido o 2º. set e ainda estava no jogo. William Rhoden relatou: “Sampras
demonstrou todas as qualidades dos heróis: a perda do 1º. set, a
vulnerabilidade da derrota iminente e, depois a reação e o triunfo final.”
Essa é a grande marca
do campeão, buscar no fundo de si mesmo aquilo que é preciso encontrar quando ele
mais necessita. A capacidade de vencer quando as coisas não vão muito bem,
quando você não está jogando bem, e suas emoções não são as que deveriam ser.
Superação e resiliência são qualidades que traduzem bem essa marca. O campeão é
capaz de elevar o nível do jogo dele, nos momentos em que a vitória se afasta,
consegue de repente reagir, e ficar três vezes mais potente.
No mundo dos esportes,
a relação estabelecida entre e a prática e o aperfeiçoamento, entre a mente e o
desempenho são colocados à prova constantemente. Os treinos simulados, durante
os períodos de treinamento, procuram aproximar, o máximo possível, o timing (prontidão) da competição,
buscando diminuir a distância do que é trabalhado nos treinamentos e da hora “H”
competitiva.
O que faz os grandes
atletas são: o caráter, o coração e a mentalidade de campeão. É isso que surge
do mindset de crescimento com foco no
desenvolvimento (evolução), automotivação (energia e direcionamento) e
responsabilidade (disciplina, compartilhar o que tem de melhor). Os atletas com
este perfil encontram o sucesso no aprendizado e no aperfeiçoamento, e não
apenas na vitória. Tem claro que quanto mais fizerem isso, mais recompensas os
esportes trarão, para eles mesmos e para os seus companheiros, quando fazem
parte de uma equipe.
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