segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Uma Análise do Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres/2012!

A participação do Brasil em Olimpíadas teve início em 1920, na Antuérpia, conquistando 3 medalhas: uma de ouro, uma de prata e uma de bronze; todas na mesma modalidade, o tiro. De lá para cá, a trajetória foi longa, porém os destaques são poucos: em 1952, Adhemar Ferreira da Silva, do salto triplo conquistou o ouro, repetindo a façanha 4 anos depois em Melbourne; em 1980, João do Pulo, também atleta do salto triplo, ficou com o bronze; em 1984, Los Angeles, Torben Grael ganha medalha de prata e a seleção masculina de voleibol também; em 1992 a conquista inédita da medalha de ouro de um esporte coletivo é da seleção masculina de voleibol, em Barcelona; em 1996, Atlanta, é a vez das mulheres, são as primeiras atletas brasileiras a ganharem medalhas, a dupla de vôlei de praia Jacqueline e Sandra; em 2004, foram 5 ouros em Atenas, dupla de vôlei de praia Ricardo e Emanuel, voleibol masculino e feminino, vela com Robert Scheidt, Torben Grael e Marcelo Ferreira e Rodrigo Pessoa no hipismo; e em 2008, César Cielo conquista a 1ª. medalha de ouro na natação, batendo o recorde olímpico de 1992, de Alexander Popov. E neste ano de 2012, tivemos um ouro inédito no judô feminino, com Sarah Meneses e na ginástica (argola) tivemos o Arthur Zanetti. Os resultados obtidos pelo Brasil em termos de medalhas olímpicas, por modalidade, foram:
- Judô: 1 ouro (Sarah Meneses); 3 bronzes (Rafael Silva, Felipe Kitadai, Mayra Aguiar);
- Vôlei de praia: 1 prata (Allison e Emanuel) e 1 bronze (Juliana e Larissa);
- Ginástica (argola): 1 ouro (Arthur Zanetti);
- Vela: 1 bronze (Robert Scheidt e Bruno Prada);
- Natação: 1 prata (Thiago Pereira) e 1 bronze (César Cielo);
- Futebol masculino: 1 prata;
- Voleibol feminino: 1 ouro e masculino: 1 prata;
- Boxe feminino: 1 bronze (Adriana Araújo) e masculino: 1 bronze (Yamaguchi Falcão) e 1 prata (Esquiva Falcão);
 - Pentatlo moderno: 1 bronze (Yane Marques).
Totalizando 17 medalhas, sendo considerada a melhor participação do Brasil em Olimpíadas. Gostaria de parabenizar esses atletas medalhistas e também enaltecer vários atletas que melhoraram suas marcas e conseguiram superar o seu desempenho em relação à sua última competição importante ou mesmo dos últimos jogos olímpicos.
Compartilho com vocês algo que achei muito pertinente escrito pelo jornalista esportivo, Marcelo Barreto, no que diz respeito ao resultado do país no quadro de medalhas:
“O resultado de um país no quadro de medalhas deriva de uma equação complexa, com itens que vão desde o mais básico, como o investimento em esportes de base, até o mais difícil de controlar, como o desempenho dos atletas nas finais olímpicas. Na Austrália, antes mesmo do fim dos Jogos, a diminuição no número de medalhas já tinha causado um debate sobre a crise no esporte escolar. Cabe a cada país decidir o que é mais importante, o esporte de base ou o quadro de medalhas. Mesmo aceitando o quadro como medida de sucesso, a forma mais justa de avaliar o desempenho de um país é compará-lo com ele mesmo. E por esse critério, o Brasil está patinando. Desde Atlanta 1996, quando começou o último ciclo olímpico, o número de medalhas conquistadas mudou muito pouco: 15 em 96, 12 em 2000, 10 em 2004 (com cinco ouros, a melhor marca até hoje), 15 em 2008 e 17 em 2012. E elas vieram praticamente dos mesmos esportes: judô, vela, vôlei e vôlei de praia subiram ao pódio em todas essas edições; atletismo, natação e futebol, em todas menos uma.”
A falta de apoio, estrutura e investimento na formação do atleta na maior parte das modalidades, não é novidade para ninguém, e quando termina mais um evento olímpico, lê-se, ouve-se, sempre as mesmas coisas... ah e que agora sim o Brasil vai investir mais no esporte, até mesmo pela responsabilidade de sediar as próximas Olimpíadas. Um tempo muito curto para o cumprimento de tantas promessas. Para que o país realmente eleve o seu número de medalhas é necessário que produza cada vez mais candidatos a medalhas, pois da quantidade é possível extrair mais qualidade. Além disso, é preciso que se implemente juntamente com a preparação física, técnica e tática, a preparação psicológica. Sou repetitiva nesse aspecto, porque claro tenho que puxar a sardinha para o meu lado, e também porque sempre observo e constato numa competição deste nível, mesmo em atletas experientes, a falta de preparo emocional e mental em situações decisivas. Temos muitos talentos, entre os atletas brasileiros, inegavelmente, e nem por isso podem se isentar de um treinamento psicológico bem conduzido e fundamentado.
Pude notar que o fator cultural separou bem os vencedores dos perdedores. Algumas vezes a atitude de inferioridade assumida por alguns, mesmo sendo tecnicamente melhores, os leva a desistir ou nem tentar superar o adversário. A superioridade vista em vários países não se dá somente nos aspectos físicos e técnicos, mas também no psicológico. Foi nítido o autocontrole por parte de algumas equipes, mesmo nos momentos mais adversos. E aí se destaca o “tal psicológico”, tão comentado por jornalistas/comentaristas, e bastante enfatizado inclusive,nestas olimpíadas, pelos próprios atletas brasileiros.
Apesar de tudo, sou otimista e as minhas expectativas são as melhores possíveis, espero que aproveitando os grandes eventos esportivos que o Brasil vai sediar, Copa do Mundo em 2014, e as Olimpíadas em 2016,  impulsione cada vez mais, a mídia televisiva, as empresas (patrocinadores) e o governo a investirem no esporte, contribuindo dessa forma para o grande desafio de construir campeões!




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